Cartão-postal banhado pelo rio Negro, a orla da capital também é cenário de um esforço diário da Prefeitura de Manaus para conter o avanço de toneladas de lixo que seguem pela cidade até os igarapés e, inevitavelmente, chegam ao rio. O trabalho é feito pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), que mantém equipes em ação desde as primeiras horas da manhã em uma batalha silenciosa, mas essencial.
Como parte desse esforço contínuo, a Semulsp realiza, neste domingo, 13/7, o transbordo das balsas que armazenaram o lixo retirado dos igarapés durante o mês de junho e a primeira semana de julho. Todo o material será transportado para o destino final ambientalmente adequado.
“É um trabalho que ninguém vê, mas sem ele o impacto seria devastador. Sem essa limpeza diária, boa parte desse lixo já estaria no fundo do rio Negro”, destaca o secretário da Semulsp, Sabá Reis.
Mesmo com a instalação de ecobarreiras flutuantes em pontos estratégicos — como o igarapé do Mindu — e o trabalho constante das equipes, a força das chuvas e a cheia dos igarapés sobrecarregam o sistema, fazendo com que parte dos resíduos escape e atinja o rio. O mais preocupante é que não se trata de falta de estrutura. Manaus conta com um dos sistemas mais completos de coleta urbana do país, e ainda assim, o descarte irregular segue sendo um desafio.
Além da coleta domiciliar diária, a prefeitura disponibiliza serviços de coleta seletiva porta a porta, em áreas cadastradas; 44 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) para materiais recicláveis, disponíveis no site www.manaus.am.gov.br/semulsp; além de “Papa PETs”, para descarte correto de garrafas plásticas, instalados em áreas de grande produção desse tipo de material; e o serviço gratuito de agendamento para retirada de móveis e grandes objetos, pelos números: (92) 98415-9563 / 98459-5618.
Ainda assim, o índice de descarte irregular continua alto, e o lixo encontrado nos igarapés é, em grande parte, composto por resíduos domésticos, eletrodomésticos quebrados, pneus e entulho de obras — tudo que poderia ser descartado de forma correta, usando os serviços já disponíveis.
“Não é falta de serviço. É falta de respeito com a cidade e com o rio. O lixo que sai da sua mão, quando descartado na rua, vai parar no igarapé. E com a força da chuva, ele termina no rio Negro. O rio não é lixeira. É orgulho, identidade e responsabilidade de todos nós”, reforça Sabá.
Além da limpeza e do transbordo, a Semulsp mantém ações permanentes de educação ambiental, campanhas nas escolas e abordagens em comunidades com histórico de descarte irregular, e mais uma força-tarefa permanente de combate às lixeiras irregulares.
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Texto – Dora Tupinambá/Semulsp
Fotos – Alex Melo-Semulsp